JBS compra mais um frigorífico e avicultores de MS alertam para o monopólio

29/07/2014 09:22 Economia
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Após a compra de mais um frigorífico pela empresa JBS/Friboi, avicultores de Mato Grosso do Sul alertam para os riscos de monopólio. Segundo os produtores, essa concentração dos abatedouros nas mãos de poucos os deixam sem opções para vender seus frangos, acarretando em um aumento de preço da ave para o consumidor final. A JBS comprou na última semana a Indústria de Alimentos Avebom, no Paraná. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições essa transação.

De acordo com o vice-presidente da Avimasul (Associação dos Avicultores de Mato Grosso do Sul), Adroaldo Hoffmann, o monopólio dos grandes frigoríficos está cada vez maior. Ele afirma que dos 600 mil frangos abatidos por dia no Estado, 75% é comprado pelo JBS e pela BRF (Sadia/Perdigão). “Nosso produtor fica nas mãos dessas grandes empresas, eles não têm poder de barganha. Não vejo boas perspectivas para uma solução”, afirma ele.

Adroaldo , no entanto, ressalta que para solucionar esse problema seria preciso haver mais cooperativas, dando, assim, mais opções para os pequenos fazendeiros venderem suas produções. “Hoje o quilo de uma buchada de boi está mais caro do que o quilo de frango”, alerta ele. Segundo a Avimasul, o produtor vende as aves por unidade, ou seja, por cabeça. Em Sidrolândia a cabeça está custando R$ 0,60 e em Dourados R$ 0,55.

Um produtor rural da região de Dourados denuncia que é comum os fazendeiros sofrerem retaliações dos frigoríficos e, por isso, prefere não se identificar. Segundo ele, o grande problema é que não há uma regulamentação fazendo com que tudo aconteça livremente. Ele diz   que há em tramitação na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 330, que estabelece condições, obrigações e responsabilidades nas relações comerciais entre produtores e Agroindústrias.

Os avicultores do Estado estão elaborando um documento aberto explicando todas as dificuldades encontradas no setor.

As empresas JBS/Friboi e BRF (Sadia/Perdigão) foram procuradas pela reportagem do Midiamax, contudo não se manifestaram.

Fonte: Midiamax

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